quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Tato

Deita na cama, se cobre com aquela coberta de amores passados. Olha o teto, nem sempre é o mesmo, mas quando o é sabe que a noite de sono valerá a pena. Esta seria uma noite de um teto só, de uma coberta de amores passados. Suja de amores passados. Não sabia o por que de fazer o que fazia, mas fazia por amor, necessitava do teto, da coberta e da companhia. Esta noite de um teto se inicia com um banco, era só um banco, poucas palavras, o papo de sempre. Caminham um tanto, faz frio e os passos na noite são acompanhados pela lua, aquela grande e radiante lua. Por vezes mal escuta as palavras, se concentra na rua, nos passos e na lua. Muitas vezes o trajeto se finaliza em uma arvore, um carro, uma parede, mas preferia um teto, o teto, muitas vezes sujo, muitas vezes descascado, muitas vezes branco e de outras cores, com luzes ou sem. Desta vez o teto era branco, aconchegante, lembrava um lar, até poderia ser um lar. A coberta era fria, mas logo se aquecia. A noite de um apenas um teto, uma coberta, de um só amor, de só uma noite. Se mantem focada no teto, a noite toda olhara para o teto, para as paredes, para o lençol, para si, para o outro e depois para o chão. Acorda. Teto. Sapatos. Porta. Rua. Café. Pão e Olhos. Olhos atentos, coração palpitante e respiração pesada. Era delírio? ou aquele de um teto só a havia perseguido.

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