quinta-feira, 26 de agosto de 2010

a voz

Platonizava um sorriso meio timido quando ouvia a voz, quantas vezes ao ouvir tal voz me acalmei. Quanto desejei os suspiros e os cochichos aos pés dos meus ouvidos. O quanto me causou essa voz timida, cheia de galanteios, com um rosto misterioso, por de tras, o qual nem chegei a ver.
Tento agarrar os sons e algumas palavras em minhas mãos. Queria por um instante guarda-las em uma caixinha de melodias.
O poder da voz se fazia material, eram como mãos, as vezes tirava o cabelo do meu rosto, enxugava algumas lagrimas, me tocava o ombro e segurava em minhas mãos.
Agora virou eco para meus ouvidos, as vezes me chama em meus sonhos, aos poucos vai sumindo e cada vez mais tenho medo de esquecer "o som da calma", que agora virou desespero.
Nem o som da chuva tinha tal poder, era o som da chuva com palavras, a vontade era de fechar os olhos e me deixar molhar, ou adormecer ao lado dessa voz. Quantos choros, risadas e promessas, as quais tento guardar em uma caixinha na memória, com todas as outras lembranças.
...o ritmo dos pingos ao cair no chão, só me deixa relembrar, tomara que eu não fique a esperar em vão, por ela que me faz chorar, chove chuva...

Um comentário:

  1. Jéssica, muitas vezes a “platonização” de algo, é justamente o que nos coloca em contato com o fantástico, fabuloso, mágico. Bom é tudo que se vive.

    Abraço do Jefh do http://jefhcardoso.blogpsot.com

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