terça-feira, 1 de outubro de 2013

Ahhhh o Egito antigo


Foi no Egito que a condição da mulher foi a mais favorecida. As deusas-mães conservaram seu prestígio em se tornando esposas; a unidade religiosa e social é constituída pelo casal; a mulher surge como aliada e complementar do homem. Sua magia é tão pouco hostil que o próprio medo do incesto é vencido e que não hesita em confundir a irmã com a esposa( 1). Ela tem os mesmos direitos que o homem, a mesma força jurídica; herda e possui bens. Essa sorte singular nada tem de casual: provém do fato de que no Egito antigo o solo pertencia ao rei e às castas superiores dos sacerdotes e dos guerreiros; para os particulares, a propriedade territorial consistia apenas no usufruto; o fundo permanecia inalienável, os bens transmitidos por herança tinham pouco valor e não se via nenhum inconveniente em partilhá-los. Em virtude da ausência do patrimônio privado, a mulher conservava a dignidade de uma pessoa. Casava-se livremente e, quando viúva, podia tornar a casar- se. (Simone de Beauvoi em "O segundo sexo")

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