quinta-feira, 25 de abril de 2013
O ponto nevrálgico da curiosa dificuldade reside no fato de que as nossas concepções conscientes a respeito do que a vida deve ser raramente correspondem àquilo que a vida de fato é. Em geral nos recusamos a admitir que exista, dentro de nós ou dos nossos amigos, de forma plena, a impulsionadora, autoprotetora, malcheirosa, carnívora e voluptuosa febre que constitui a própria natureza da célula orgânica. Em vez disso, costumamos perfurar, lavar e reinterpretar, imaginando, enquanto isso, que as moscas e todos os cabelos que estão na sopa são erros de alguma desagradável pessoa. Mas quando de súbito percebemos, ou somos obrigados a observar, que tudo quanto pensamos e fazemos é temperado necessáriamente pelo odor da carne, então, experimentamos, não raro, um momento de repugnância: a vida, os atos da vida, os órgãos da vida, a mulher em particular, como o grande símbolo da vida, tornam-se intoleráveis à incomparavelmente pura alma
sexta-feira, 19 de abril de 2013
hoje estou assim
Deixo tudo assim
Não me importo em ver a idade em mim,
Ouço o que convém
Eu gosto é do gasto.
Sei do incômodo e ela tem razão
Quando vem dizer, que eu preciso sim
De todo o cuidado
E se eu fosse o primeiro a voltar
Pra mudar o que eu fiz,
Quem então agora eu seria?
Ah, tanto faz
Que o que não foi não é
Eu sei que ainda vou voltar...
Mas eu, quem será?
Deixo tudo assim,
Não me acanho em ver
Vaidade em mim
Eu digo o que condiz.
Eu gosto é do estrago.
Sei do escândalo
E eles têm razão
Quando vêm dizer
Que eu não sei medir
Nem tempo e nem medo
E se eu for
O primeiro a prever
E poder desistir
Do que for dar errado?
Ahhh
Ora, se não sou eu
Quem mais vai decidir
O que é bom pra mim?
Dispenso a previsão!
Ah, se o que eu sou
É também o que eu escolhi ser
Aceito a condição
Vou levando assim
Que o acaso é amigo
Do meu coração
Quando fala comigo,
Quando eu sei ouvir
(Los Hermanos - O Velho e o Moço)
terça-feira, 16 de abril de 2013
Sidarta serei eu?
"era meu desejo conhecer o sentido e a essência do eu, para desprender-me dele e para superá-lo. Porém não pude superá-lo. Apenas logrei iludi-lo. Consegui, sim fugir dele furtar-me às suas vistas. Realmente, nada neste mundo preocupou-me tanto quanto esse eu, esse mistério de estar vivo, de ser um indivíduo, de achar-me separado e isolado dos demais, de ser Sidarta! E de coisa alguam sei menos do que sei quanto a mim, Sidarta!" (Hermann Hesse)
segunda-feira, 1 de abril de 2013
Anniversaire
Apenas para gravar meus 21 anos de vida nesse planeta em que os anos passam mais rápidos do que a velocidade da luz. Faço um brinde a esse eu que sou agora e a esse eu que serei daqui a uns anos, quem sabe!
O engraçado deste ano é que eu realmente havia esquecido que meu aniversário seria hoje, talvez por não me importar mais como em alguns anos atrás. Quando se é criança, fazer aniversário parece ser a coisa mais emocionante do mundo, você se sente a pessoa mais especial da face da terra, acha que o mundo gira ao seu redor, acha que pode comer todos os docinhos da sua festa, porque ela é sua e você não tem que dar satisfação a ninguém, pois é o seu aniversário. Mas os anos passam e cada vez mais você repara que essa data não muda muito em relação ao que você é, você começa a se achar menos dona do mundo e começa a cair no seu mundinho, ou melhor neste mundão em que um aniversário não faz muita diferença na vida de ninguém. A verdade é que você vai ficando velha e cada vez mais a sua existência se torna mais insignificante. Eu realmente não ligo mais para os parabéns e para os "muita saúde, paz, dinheiro e muito amor" eu só ligo para o meu feliz aniversário, o mais sincero de todos talvez.
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