Sentia frio em minhas mãos
Seria o suor de uma simples aflição
Ou seriam as dores sem razão?
O ar que me falta nos pulmões
provocado pelos olhares das multidões
arrancam um a um os poucos laços dos perdões
Ão, Ão, Ão
Ão de pensar que faço versos
sem pensar em seus reflexos
Se penso, é no receio da multidão
que me sufoca, me embrulha.
Sobrando apenas o nó da inquietação
Das palavras, vítimas de uma invenção
Das pupilas dilatadas, o ofuscar da visão
Se eu choro
é sem motivo
Se eu rio
é sem motivação
A ânsia desmedida é fruto da imaginação
Maligna, criadora de uma complexa confusão
Dos sentimentos
Sei apenas,
O envolvimento,
Com as químicas composições.